Ana Vitória Villar
No dia 17 de novembro de 2022, os professores, pesquisadores, estudantes e pescadores artesanais integrantes do projeto Orla Sem Lixo se reuniram na Jornada de Integração. O evento aconteceu nas instalações da Inovateca, no Parque Tecnológico. As atividades se desenvolveram entre 9h e 17h.


“O Orla Sem Lixo é um projeto multi e interdisciplinar, desenvolvido no território da Ilha do Fundão, que busca sinergias para o combate ao lixo no mar, assim como a recuperação ambiental da Ilha do Fundão, a partir de ações harmônicas com o Plano Diretor da UFRJ”, esclarece a Profa. Susana Vinzon, coordenadora do projeto.
A Jornada de Integração marca a conclusão das atividades realizadas por meio do fomento concedido ao projeto por meio do Edital Projetos Especiais do Parque Tecnológico, edição 2020. O encontro foi o momento em que as diferentes frentes de atuação do projeto apresentaram seus resultados, perspectivas futuras e identificaram possibilidades de integração entre os resultados obtidos.
No período da manhã, foram realizadas apresentações com a temática “OSL: Um Laboratório Vivo – Resultados e Perspectivas”, no auditório da Inovateca.

Em sua fala de abertura, a coordenadora Susana Vinzon apresentou um panorama histórico do projeto, destacando a importância da iniciativa da Prefeitura Universitária em procurar subsídios no corpo docente para a busca de soluções para o lixo flutuante no entorno da Ilha do Fundão. Susana afirma que “a partir do trabalho pioneiro da doutoranda Gabriela Buraschi, orientada pelo professor Marcos Gallo, foi desenvolvida uma proposta contemplando conceitos de economia circular e soluções baseadas na natureza”. Nesse desenvolvimento, foi fundamental a participação da coordenadora no workshop de elaboração de propostas, o Oásis Lab Baía de Guanabara, organizado em 2019 pela Fundação Grupo Boticário, a Firjan e o INEA. A coordenadora apresentou a linha do tempo das atividades, iniciadas em setembro de 2021, quando teve início a execução do projeto, e contextualizou as cinco apresentações a serem realizadas na sequência.


Durante a apresentação do grupo de Tecnologia Social, conduzida pelo graduando em Psicologia Jairton Alves, teve destaque a participação dos pescadores artesanais parceiros do projeto, Branca e Renato, que deram depoimentos sobre as atividades desenvolvidas pela frente da Tecnologia Social e suas percepções sobre a relevância do projeto para melhoria da qualidade ambiental do território onde vivem e atuam.
Com o propósito de integração social e de inserção da arte durante a Jornada, as apresentações no auditório foram seguidas de um almoço na Arena da Inovateca, contando com exposições fotográficas e uma performance artística da Companhia Folclórica do Rio. A Mostra Fotográfica projetou, em grandes monitores, fotos realizadas pelos participantes do projeto, permitindo ao público vivenciar, através das imagens, as diferentes frentes de atuação e abordagens do projeto. A Companhia trouxe dança e música do cancioneiro folclórico de municípios do estado do Rio de Janeiro e colocou todos os presentes para dançar e interagir.


Na segunda parte do evento, no período da tarde, aconteceu o Explica Orla Sem Lixo. A atividade deu voz aos estudantes bolsistas do projeto, que apresentaram os resultados das pesquisas desenvolvidas sob a orientação dos professores que integram a equipe do projeto. As apresentações contaram com o apoio de pôsteres elaborados pelos estudantes para ilustrar as apresentações. Os pôsteres ocuparam as paredes da arena da Inovateca.
As apresentações dos bolsistas abordaram diversos estudos e iniciativas no campo da Engenharia Ambiental, Química, Biologia, Microbiologia, Oceanografia, Psicologia, Comunicação, Tecnologia da Informação, Mapeamento Digital e Inteligência Artificial. Todas essas áreas do conhecimento se articulam de forma interdisciplinar para gerar conhecimento e propostas de solução para o lixo flutuante na Baía de Guanabara.


O evento contou com cerca de 75 participantes, sendo 45 diretamente vinculados ao projeto, como professores, estudantes e equipe de apoio. Cerca de 30 participantes foram convidados para acompanhar a retrospectiva do projeto nesse primeiro ano de execução. Entre eles destacam-se as associações de pesca, os representantes de instituições e empresas apoiadoras do projeto, como o Instituto Estadual do Ambiente – INEA, a Prefeitura Universitária, o Escritório Técnico Universitário – ETU; as empresas HUESKER, L’Oréal, Ambev; a Rede Oceano Limpo, o projeto parceiro Simplifica UFRJ; além de alunos e professores da Escola Municipal Tenente Antônio João.
O evento foi encerrado com a premiação dos três estudantes que melhor comunicaram os resultados de suas pesquisas, utilizando uma linguagem acessível a todos presentes, a partir do critério da divulgação científica para um público leigo, que não se insere na comunidade científica. Os alunos contemplados foram Mariana de Oliveira Silva, Jairton Alves e Caio Lucini, do grupo de Tecnologia Social, com o tema Tecnologia social: percurso metodológico; Thiago Leão, da pesquisa Experimento Barreira no Mangue da Enseada de Bom Jesus, do grupo Desenvolvimento de Barreiras; e Clara Borba de Cerqueira, da pesquisa Caracterização dos Manguezais da Ilha do Fundão, do grupo Florestas de Mangue.

