Frentes de atuação

Engenharia da interceptação, coleta e gestão do lixo flutuante

É a frente responsável por projetar as estruturas de interceptação e coleta do lixo flutuante a serem instaladas em áreas costeiras e que permitam o trânsito das embarcações e a retirada do lixo ainda na água. As estruturas projetadas considerarão as forçantes ambientais locais, tais como ventos, ondas e correntes, se valendo dos preceitos das Soluções Baseadas na Natureza (SbN), e se apoiando em tecnologias de ponta, como uso de plataformas remotas, emprego de drones, metodologias de detecção automática e inteligência artificial.

Diagnóstico, Monitoramento e Avaliação Ambiental

O diagnóstico permitirá conhecer a condição atual da qualidade da água e do sedimento; a área ocupada por florestas de mangue (mapeamento por sensoriamento remoto e drones) e a respectiva estrutura vegetal dessas florestas e uma caracterização da fauna nesses manguezais. Diante do diagnóstico obtido, será avaliado o impacto do lixo flutuante antes e depois da instalação das barreiras de interceptação do lixo na qualidade ambiental das áreas de florestas de mangue, principalmente. O monitoramento do meio natural após a implantação da solução permitirá acompanhar as alterações da qualidade ambiental e o processo de restauração assim como a efetividade da solução. A manutenção do monitoramento permitirá acompanhar a resposta ambiental da solução proposta, tornando sua validação mais consistente.

Tecnologia social

O Projeto Orla Sem Lixo utilizará a Pesquisa-Ação como embasamento para as ações da Tecnologia Social, utilizando práticas coerentes com os conceitos da Economia Solidária, Comércio Justo e Viabilidade Econômica e Socioambiental. A Tecnologia Social amplia a aplicação dos conhecimentos disponíveis para melhoria da qualidade de vida de segmentos sociais vulneráveis, respeitando os saberes não-científicos de cada comunidade, suas características, cultura e valores, os integrando aos conhecimentos científicos para gerar trabalho, renda e autonomia social. No âmbito do Projeto, a atuação dessa frente se dará no desenvolvimento do modelo de trabalho e renda para incluir as comunidades pesqueiras na cadeia produtiva do lixo flutuante.

Reciclagem química

O Projeto conta uma planta experimental de reciclagem química na UFRJ, inaugurada em setembro de 2021, onde serão realizados testes para escalonamento da solução. A reciclagem química retorna os plásticos à cadeia produtiva com alto valor agregado, evita a limpeza e separação, e portanto o manuseio de material contaminado. A possibilidade de construção de plantas de reciclagem, próximas dos locais da coleta e desembarque dos resíduos, vem sendo estudada como alternativa efetiva para destinação final do lixo flutuante.

Comunicação

A Comunicação será uma frente de atuação transversal, responsável pela divulgação do projeto em diferentes níveis e para diferentes públicos. Todo o processo de construção dos conteúdos a serem trabalhados nas mídias sociais do Projeto, assim como a articulação com atores de visibilidade, serão feitos com base em uma compreensão de horizontalidade e valorização dos saberes característicos dos públicos envolvidos.
A legitimidade da informação de interesse público, utilizada a partir do fato singular para a transformação social, é outra dimensão essencial dos temas e debates centrais postos em circulação nos materiais e ações de divulgação. Trata-se, ao mesmo tempo, de uma abertura nunca antes experimentada para processos de produção, distribuição e consumo de informação de forma mais democrática e inclusiva, mas também exigente em responsabilidade, na ausência de regulação.